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03/08/2021

Residencial entregue há 10 dias é alvo de 'avalanche' de queixas

Inaugurado oficialmente no último dia 24 durante um evento que contou, inclusive, com a presença do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, o Residencial Manacás, situado na quadra 14 da rua São Sebastião, no Nova Esperança, em Bauru, já é alvo de queixas por parte dos seus moradores, que começaram a chegar na semana passada. Desde então, boa parte das famílias, ligadas à faixa 1 do Programa Minha Casa Minha Vida - hoje, Casa Verde e Amarela -, cuja renda mensal não passa de R$ 1,8 mil, tem de conviver com a falta de água e energia elétrica, além de outros problemas estruturais, como vazamentos, infiltrações e rachaduras.

Esse é o caso da dona de casa Tainara de Souza Rodrigues, de 19 anos, que chegou ao Manacás na terça-feira passada (27). Desde então, a jovem, que vive com o marido e a filha do casal, a pequena de Eloá, de apenas 2 meses, precisa se virar para conseguir energia elétrica e, assim, garantir a inalação do bebê. "Eu coloco uma extensão no fio do corredor, que tem energia, pois a minha menina não pode ficar sem esse tratamento", acrescenta.

Ainda de acordo com a moradora, alguns apartamentos sequer estão ligados a um relógio de energia elétrica. "Nós acionamos a CPFL, que chegou a visitar o prédio, mas a nossa situação não mudou", comenta a dona de casa.

Já a auxiliar de limpeza Myriani Aparecida Paulino, de 29 anos, tem energia e água no seu apartamento, mas convive com os vazamentos do líquido desde que se mudou para o empreendimento. "Eu tenho medo de não conseguir pagar a conta, afinal, o DAE não deixará de cobrar por esse desperdício", desabafa.

E AGORA?

Questionada, a Caixa Econômica Federal (CEF), responsável pelo repasse dos recursos para a construção do empreendimento, ainda apura o caso, mas garante que se posicionará em breve.

Já a CPFL Paulista informa que "realizou as ligações de energia dos moradores indicados pela CEF e prefeitura, responsáveis pelo empreendimento, mas os dados estavam desatualizados. A concessionária solicitou a correção do cadastro e, assim que o contrato for regularizado, priorizará essas ligações".

A Prefeitura de Bauru diz que os problemas internos do Residencial Manacás devem ser tratados diretamente com a Construtora Constrole. Os representantes da empresa, de acordo com o município, estão de plantão durante os dias úteis da semana, no salão de festas do empreendimento, para dar suporte aos moradores.

Abordado no local, um engenheiro dessa construtora preferiu não se posicionar, recomendando, inclusive, que a reportagem acionasse a CEF.

VAZAMENTOS

O DAE, por sua vez, afirma que "os vazamentos internos são de responsabilidade dos moradores". Como não há qualquer indicativo de que o problema esteja relacionado à parte subterrânea do imóvel, "a cobrança seguirá normalmente, conforme o que passar pelos hidrômetros".

Diante disso, a autarquia orienta os moradores a desligarem os registros enquanto não estiverem consumindo água até que os reparos sejam feitos.

Como o JC noticiou, as obras do Manacás começaram no final de 2013, ainda na gestão do então prefeito Rodrigo Agostinho, mas foram interrompidas. Em junho de 2017, dezenas de pessoas ligadas ao movimento social Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL), além de algumas famílias contempladas com os apartamentos do residencial, residentes no Parque Jaraguá, Fortunato Rocha Lima e Val de Palmas, ocuparam o local. Depois, houve a desocupação e, em 2019, a retomada das obras, cujo término se deu em 2021. Construído com um investimento de R$ 30,2 milhões do governo federal e R$ 2,9 milhões do Estado, o residencial conta com 288 apartamentos, dos quais 144 foram entregues aos moradores das áreas de risco da cidade.



Fonte: JC Net
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