Usada principalmente para o descarte de resíduos resultantes de pequenas construções ou reformas, a Área de Transbordo e Triagem (ATT) de Bauru será encerrada até o dia 30 de abril deste ano. Desde 2020, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) acompanha o final da vida útil do espaço, situado na avenida Rosa Malandrino Mondelli, no Jardim Chapadão. Mesmo assim, a pasta ainda não encontrou um novo local para substituí-lo. Assim que isso acontecer, o órgão pretende implantar uma usina e reaproveitar o material para recuperar estradas rurais e erosões.
Titular da Semma, Dorival José Coral explica que, no ano passado, havia a intenção de transferir a ATT para um espaço situado no quilômetro 353 da rodovia Marechal Rondon (SP-300), próximo ao antigo aterro sanitário. A alteração, contudo, implicaria no aumento do preço das caçambas, que precisariam percorrer um trecho maior até o destino final.
Agora, a secretaria procura uma possível área substituta que, preferencialmente, esteja localizada dentro da cidade, mas não garante que isso aconteça antes do final da vida útil da ATT.
Assim que encontrar, o órgão pretende transferir a usina de processamento de entulho, situada ao lado da usina de asfalto, para o novo local. "A usina está parada, porque o processamento das sobras da construção gera partículas de poeira que podem contaminar a usina de asfalto", explica.
Ainda segundo Coral, o local também não tem espaço nem funcionários para dar conta de uma demanda de 500 toneladas por dia de entulho.
Se o poder público municipal encontrar uma nova área, a Associação dos Transportadores de Entulho e Agregados de Bauru (Asten), que faz o transporte, a triagem e a deposição correta de todo o material, se interessa em trabalhar com o seu processamento, como adianta o presidente da entidade, Nelson Corrêa Pinto.
SOLUÇÃO TEMPORÁRIA
Enquanto isso não ocorre, o secretário afirma que algumas sobras poderão entrar na antiga ATT. "A terra, por exemplo, é um material interessante para o processo de reflorestamento da área", acrescenta.
Os demais itens, de acordo com Coral, deverão ser encaminhados às duas usinas particulares da cidade para o seu devido processamento. O secretário, porém, reconhece que tal mudança poderá impactar no preço das caçambas.
A solução não agradou muito a Asten. "A ideia seria boa se as duas usinas estivessem, de fato, trabalhando, mas uma só aceita material de classe A e outra, até onde eu sei, acabou desativada", revela o presidente da Asten.
Para ele, o ideal seria que a Semma encontrasse uma área dentro da cidade e implantasse a usina de processamento no novo espaço.
HISTÓRICO
Conforme o JC já noticiou em outras ocasiões, a atual sede da ATT existe desde 2012. Lá, a Asten se propôs a fazer o transporte, a triagem e a deposição correta de todo o material.
Ainda no início do ano passado, a Semma esteve na Promotoria do Meio Ambiente, onde a pasta e a Cetesb assinaram um termo, assumindo o compromisso de encerrar a área tão logo atingisse o limite.
Após o encerramento, a pasta ficou de elaborar um projeto de reflorestamento para submetê-lo à aprovação da Cetesb.