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06/06/2021

'Tem dia que não quero sair da cama'

Insônia, tristeza repentina, palpitação e sensação ininterrupta de esgotamento. Os sinais da fadiga pandêmica já não são raros aos moradores de Bauru, como é o caso de Mariane Cestari, de 32 anos. "Tem dia que eu não quero sair da cama", desabafa.

A profissional de relações públicas possuía uma vida bastante ativa antes da pandemia. Sua rotina envolvia viajar a trabalho, levar o filho à escola, manter a casa em ordem, além de fazer academia e ioga. Agora, todas as atividades que ela desempenha se limitam ao ambiente domiciliar, fato que torna o seu dia a dia algo repetitivo.

"A pandemia chegou e mudou a minha vida por completo, principalmente porque também levou o meu tio logo no início, em abril do ano passado", acrescenta, referindo-se ao empresário Paulo Monteiro, o Boca, que morreu aos 42 anos, vítima do novo coronavírus.

Desde então, Mariane começou a apresentar uma sensação de esgotamento que persiste até hoje. "Além de mudar o jeito de fazer as coisas, eu deixei toda a minha vida social de lado", comenta.

Com isso, precisou trocar o medicamento que já tomava antes da pandemia e fazer terapia. "Apesar de eu vivenciar alguns dias difíceis e já estar esgotada com essa situação, houve certa evolução", reconhece.

'CHORAR SEM PARAR'

A jornalista Ieda Rodrigues, de 49 anos, também resolveu procurar ajuda profissional. Em home office desde o início da pandemia e cumprindo à risca o isolamento, ela se viu em uma situação de alerta. "Há dois meses, eu comecei a chorar sem parar e a ter pensamentos negativos envolvendo a possibilidade de nós não sairmos deste cenário de morte, doença e fome", relata.

Ao perceber que começava a perder o controle da situação, afinal, também apresentava alguns sinais físicos, como a respiração ofegante, Ieda começou a selecionar as notícias que lia ou assistia. "E eu resolvi voltar a fazer algumas coisas, entre elas, ir ao dentista e à Ceagesp, mas com todo o cuidado possível", ressalta.

A terapia também tem ajudado a jornalista. "A terapeuta me ensinou a fazer exercícios de respiração, além de atividades que me dessem algum prazer, como pintar mandala, ouvir música e observar o céu".

Apesar de ainda estar exausta com a pandemia, Ieda não mais apresentou episódios de tristeza profunda e choro. "Não acredito que esses sinais estejam relacionados apenas ao fato de eu morar sozinha, mas de ver o sofrimento das pessoas", relata, complementando que também adotou o gato Miró, com quem divide as angústias e alegrias do dia a dia.

FALTA DE PERSPECTIVA

Um estudante de Publicidade e Propaganda de 27 anos, que preferiu ter a identidade preservada, também tem sofrido. "Eu participava de tudo o que conseguia antes da pandemia", comenta. Com a quarentena, ele foi obrigado a mudar a sua rotina drasticamente e revela que a falta de perspectiva para o fim dessa situação o deixa ainda mais ansioso.

"No início da pandemia, eu atuava como técnico de laboratório do Hospital Estadual, saía para trabalhar e gostava de reservar os dias de folga para o meu descanso. Agora, que optei por me dedicar à carreira de publicitário, estou em home office e faço aulas online, descreve.

Tamanho isolamento, segundo o estudante, chegou a prejudicar o seu sono. Contudo, hoje, ele relata estar descobrindo certo prazer em ficar em casa.

A dona de casa Valdeci Vanzelli Correa Leite de Moraes, de 84 anos, também sofreu com os efeitos da chamada fadiga pandêmica, principalmente porque era muito ativa antes do isolamento. Fazia academia, frequentava a igreja e ia ao Centro para pagar as contas. "De repente, eu virei uma prisioneira dentro de casa", constata.

Valdeci, que vive com o marido, começou a enxergar uma "luz no fim do túnel" quando tomou as duas doses da vacina contra a Covid-19. "Eu não estava mais dormindo à noite. O meu sono melhorou bastante depois da vacina, afinal, voltei a fazer algumas coisas, como ir ao supermercado de vez em quando".

As visitas dos filhos, que antes ficavam na calçada, também mudaram. Agora, eles até entram na casa da mãe, mas não tiram a máscara.

Um estudante de Publicidade e Propaganda de 27 anos, que preferiu ter a identidade preservada, nunca gostou de ficar em casa. "Eu participava de tudo o que conseguia antes da pandemia", comenta. Porém, ele foi obrigado a mudar a sua rotina drasticamente e revela que a falta de perspectiva para o fim dessa situação o deixa ainda mais ansioso.

O estudante confessa que descobriu prazer em ficar em casa. "No início da pandemia, eu atuava como técnico de laboratório do Estadual, saía para trabalhar e gostava de reservar os dias de folga para o meu descanso. Agora, que optei por me dedicar à carreira de publicitário, estou em home office e faço aulas online, descreve.

Tamanho isolamento, segundo o rapaz, chegou a prejudicar o seu sono.



Fonte: JC Net
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