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07/04/2021

Transurb parcela salários e sindicato anuncia estado de greve em Bauru

O Sindtran, sindicato que representa os motoristas do transporte público coletivo urbano em Bauru, informou que a categoria entrou em estado de greve nesta segunda (5). Apesar do anúncio, ainda não há paralisações pelo município. O movimento de greve decorre de insatisfação da categoria frente a um comunicado feito pela Associação das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Bauru (Transurb) de que a folha de pagamento da Grande Bauru e da Cidade Sem Limites, referente à março e que seria paga nesta quarta (7), será parcelada em até duas vezes no mês de abril. Situação que, segundo o sindicato, prejudicaria cerca de 400 condutores.

A prefeitura e a Emdurb foram notificadas sobre o estado de greve e têm até 72 horas, prazo que se encerrará nesta quinta-feira (8) à tarde, para responderem ao sindicato, que já estuda protestos e possível paralisação para sexta-feira (9). Por meio de sua assessoria de comunicação, o município disse que realizará uma reunião com o Sindtran, na tarde de hoje (7), no gabinete, a fim de encontrar saídas para a situação e evitar paralisações. A Emdurb também deve participar do encontro.

PARCELAMENTO

O comunicado assinado pela Transurb e enviado ao Sindtran, na última segunda (5), diz que as empresas enfrentam dificuldades financeiras em razão da fase emergencial provocada pelo agravamento da pandemia e que há necessidade de parcelar em até duas vezes o salário dos motoristas pago neste mês, sendo 50% para o dia 7 de abril, e 50% para 12 de abril.

O documento cita também que as empresas não conseguiram obter recursos por meio de instituições financeiras em razão da análise de risco considerada de alto grau. É pontuado ainda que, tanto a Grande Bauru quanto a Sem Limites, não receberam qualquer auxílio ao longo da pandemia e que o município não realizou a compra antecipada de créditos.

Sobre o assunto, a Transurb confirma ao JC que o parcelamento "é a única forma de quitar a obrigação salarial", mas que as empresas estão abertas para negociação. A associação destaca ainda que a cesta básica, o ticket alimentação e o convênio médico dos trabalhadores estão em dia.

QUESTIONAMENTO

O Sindtran, por sua vez, reagiu ao informe. E, em notificação enviada para a prefeitura e  Emdurb, também na segunda (5), a entidade diz que a situação causa estranhamento, já que ocorre às vésperas de negociação coletiva da data base da categoria, que é em maio.

Além disso, o secretário geral do Sindtran, Wilson Crispim, destaca que, ao longo da pandemia, as empresas de transporte em questão reduziram a jornada e os salários dos trabalhadores, diminuíram entre 50% e 60% as frotas nas ruas e demitiram cerca de 30% do quadro total de condutores, que hoje é de até 100 motoristas na Sem Limites e 305 na Grande Bauru.

"Eles dizem que a despesa é maior do que a receita, mas queremos saber o que é real, porque o número de passageiros caiu, mas a frota também foi reduzida. E o poder público não se movimenta, por quê? A prefeitura fala sobre aumento de transporte nas ruas, mas o que tem feito para que isso aconteça?", questiona Wilson. "Estamos na linha de frente e muitos companheiros já ficaram doentes ou até morreram de Covid-19. Mesmo assim, ninguém fala de vacina para a gente também. E, agora, ainda querem cortar nosso salário integral, em pleno aumento de preços que temos vivido", finaliza Crispim.



Fonte: JC Net
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