A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, ecoou até Washington. O governo de Donald Trump, por meio do Bureau para Assuntos do Hemisfério Ocidental, divulgou nota condenando a decisão e avisando que “responsabilizará todos aqueles que colaborarem ou facilitarem condutas sancionadas”.
Na prática, o recado foi direto: ministros do Supremo que votarem para manter a prisão de Bolsonaro podem ser enquadrados na Lei Magnitsky , a mesma usada recentemente contra Moraes, permitindo sanções como congelamento de bens e restrições de visto nos EUA.
A Primeira Turma do STF, que decidirá nesta terça-feira (5) se mantém a ordem de Moraes, é composta por Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux, além do próprio Moraes. Com exceção de Fux, todos têm histórico de alinhamento às decisões contra Bolsonaro.
O gesto de Trump eleva a pressão sobre a Corte brasileira e deixa claro que, para Washington, a prisão do ex-presidente entra no radar das disputas geopolíticas e das relações bilaterais.