7 de março de 2020. Assis recebia um de seus últimos eventos de maneira oficial. Aproximadamente 3.200 pessoas se reuniram naquela noite em uma das principais festas da cidade e da região, a Paranóia dos Bixos. Quatro dias depois, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou de forma oficial a pandemia de Coronavírus.
Desde então, o que se viu foi um cenário mundial de dúvidas em todos os setores econômicos, mas principalmente no de eventos, que segundo levantamento feito pelo SEBRAE em abril do ano passado, teve 98% de seu núcleo atingido. Aos poucos, artistas se adequaram nos formatos de live, buffets começaram a realizar delivery de comida, entre outros meios que os trabalhadores da área tiveram que se reinventar durante o "novo normal".
Assis, que está presente em uma região forte nos eventos do agronegócio, além do público universitário, o baque foi visível. Segundo Luis Alberto, proprietário da LA EVENTOS, a empresa tinha eventos fechados até dezembro do ano passado e todos tiveram que ser remarcados.
"Eu tinha o show do Gian & Giovani marcado para 14 de março, com tudo vendido e veio a pandemia. Além deles, tínhamos shows de grandes nomes do cenário nacional até dezembro, sem contar os que iríamos fechar. 2020 era pra ter sido um ano histórico em relação aos eventos. Agora estamos no aguardo de uma posição do governo, com o avanço das vacinas, para acertarmos as novas datas com as produtoras dos artistas", comentou Luís.
Luis em show da dupla Maiara e Maraisa, em 2019
Outro produtor de eventos que também sofreu com o início da pandemia foi Anderson Souza, da República Paranóia. Suas festas tiveram um crescimento tão grande e rápido desde seu início, em 2016, que em apenas três anos saltou de um público de 500 pessoas, na primeira edição, para mais de 4 mil na edição de 2019 da Paranóia das Bruxas
"Através da galera que faz parte da República Paranóia, conseguimos trazer festas universitárias com estrutura e público jamais vistas em Assis. Nosso calendário de 2020 contava com mais dois eventos, o Paranóia Sunset e o Paranóia das Bruxas, que foram cancelados por conta da pandemia" , disse Anderson.
Anderson em uma de suas festas
Quem ainda sofre com esse período sem eventos oficiais é o assisense Cleber Oliveira, que até março do ano passado tinha agenda cheia até o final do ano, juntamente com seu companheiro de dupla Sidney Oliveira. O músico, que teve uma brusca mudança em sua rotina, contou em entrevista ao AssisCity que toda renda planejada para 2020 foi embora.
"Eu vivia dos shows que fazíamos durante a semana, eram diversos. No ano passado nós estávamos com a agenda cheia e a pandemia nos pegou de surpresa. Foi devastador", afirmou Cleber.
O músico, que chegou a fazer lives e cantar em restaurantes, quando estava liberado, disse com exclusividade que negou convites de apresentações em eventos privados por saber que não era o momento.
"Mesmo tocando em restaurantes, quando estava liberado, os valores, a agenda e a experiência foram diferentes. Recebemos alguns convites para tocar em eventos residenciais, mas sabíamos que não era o momento. Quando puder voltar, da maneira como fazíamos, iremos levar ainda mais alegria ao povo" , afirmou Cleber de maneira confiante.
Cleber (esq) e Sidney (dir) em evento na cidade de Assis