Parada há anos, a construção do câmpus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), em Bauru, pode, enfim, ser retomada. A "novela" teve início há dez anos, quando a instituição foi anunciada na cidade. As obras chegaram a começar, mas foram paralisadas e, inclusive, a devolução da área para a prefeitura foi parar na Justiça. Agora, discute-se se a construção do câmpus será retomada no mesmo local ou se um prédio já pronto será cedido e readequado.
As conversas sobre o tema tiveram prosseguimento em uma reunião, nesta semana, entre a prefeita Suéllen Rosim e o reitor do instituto, Silmário Batista Santos. A chefe do Executivo municipal já havia voltado ao tema no começo de junho, durante visita a Brasília, quando se encontrou com o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação, Wandemberg Venceslau Rosendo dos Santos, e com o próprio ministro da Educação, Milton Ribeiro.
DUAS ALTERNATIVAS
Quando foi anunciado, a previsão era de que o instituto ficasse pronto em 2014, ano que o País sediaria a Copa do Mundo, conforme frisou o governo federal na época. De lá pra cá, teve o famigerado '7 a 1' e duas seleções europeias foram campeãs mundiais - Alemanha e França -, mas nada do IFSP sair do papel em Bauru. A "saga" do local começou com a falência de uma empreiteira e se arrastou ano após ano, com as obras sendo paralisadas, ainda no início, em 2014.
Mesmo após toda essa "novela", o Ministério da Educação (MEC), de acordo com a prefeitura, assegura que a implantação do câmpus em Bauru ainda é viável, pois as etapas iniciais já foram cumpridas, há alguns anos. O principal desafio é decidir sobre área para abrigar o IFSP. Na reunião nesta quarta-feira (30), Suéllen levantou duas possibilidades para resolver o imbróglio. A primeira é prosseguir com as obras no mesmo local onde havia sido previsto anteriormente, na avenida Nações Norte, imediações do Jardim TV.
Essa área foi cedida pela prefeitura e, como a construção parou, há um entrave jurídico, com discussão na Justiça sobre o retorno do espaço ao município. Se o interesse for pela retomada das obras nesse ponto, será necessário um acordo entre o IFSP e a prefeitura.
Já a segunda alternativa é a identificação de um prédio pronto do Executivo municipal, que seria disponibilizado ao instituto, para adequação ao funcionamento das atividades acadêmicas.
Em qualquer um dos casos, de acordo com o IFSP, a previsão é de que as obras sejam concluídas em até um ano e meio após a contratação da construtora por meio de processo licitatório.
Com um investimento estimado em R$ 25 milhões, a unidade educacional deverá atender 1,2 mil alunos quando atingir sua capacidade plena, com 70 docentes e 45 servidores técnicos administrativos.
A definição de quais cursos devem ser oferecidos vai ocorrer após a escolha da área que receberá o IFSP em Bauru, analisando as características da região para o mercado de trabalho.
O reitor do instituto, Silmário Santos, reforça que a reunião com Suéllen Rosin ocorreu por orientação da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (Setec/MEC). Santos foi acompanhado pelo diretor de Infraestrutura e Expansão, Fernando C. P. Gomes. Já da parte da Prefeitura de Bauru, participou também do encontro desta semana o secretário de Planejamento, Nilson Ghirardello.
De acordo com informações de seu site, o IFSP representa o maior órgão da rede federal, contando com 37 câmpus ativos e mais de 62 mil estudantes matriculados.
Fundado há duas décadas, a instituição nasceu como escola técnica, até chegar ao estágio atual, de instituto, em 2008.
Com status de universidade, a instituição é mantida pelo governo federal e oferece cursos de nível técnico, superior e pós-graduação, voltados, principalmente, para a área de tecnologia.