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03/04/2021

Verão termina sem óbitos por dengue, mas cuidados precisam ser mantidos

O verão deste ano terminou sem mortes provocadas por dengue em Bauru e com o número de casos da doença três vezes menor que o mesmo período de 2020. Os dados foram considerados surpreendentemente positivos, porque havia receio das autoridades municipais em saúde de uma nova epidemia em 2021. O grande temor era de que o aumento de casos ocorresse simultaneamente à pandemia de Covid-19, o que pressionaria ainda mais os hospitais da cidade, que já estão lotados. Apesar dos bons índices até o momento, o alerta e todos os cuidados devem ser mantidos.

A preocupação com 2021 é pelo fato de a dengue se manifestar, comumente, de forma cíclica entre um ano e outro. Como 2019 registrou o maior número de casos da doença em toda a história da cidade e houve arrefecimento em 2020, projetava-se um aumento neste ano. Felizmente, o verão, quando o calor e a alta incidência de chuvas favorecem a proliferação do Aedes aegypti, chegou ao fim com pouca incidência.

Para se ter ideia, em 2019, a dengue matou ao menos 12 pessoas até março, quando a estação termina. Nos dois anos subsequentes, porém, não houve óbitos. O ano passado inteiro, por sinal, também não contabilizou qualquer vítima fatal, como acontece, pelo menos até agora, em 2021.

De um modo geral, o número de registros da doença caiu. Foram 472 casos de dengue no verão anterior e 131 agora, uma redução de 72% (veja mais no quadro).

ALERTA

As autoridades em saúde do município, contudo, alertam que a vigilância e toda atenção da população quanto às medidas de prevenção e extermínio de possíveis criadouros do mosquito devem continuar, até para evitar que o vírus tipo 4 passe a circular na cidade.

"Temos a circulação viral dos tipos 1,2 e 3. É algo preocupante, porque, em tese, ninguém teve contato com o tipo 4 no município. E, se houver uma introdução dele na nossa região, é provável que vivenciemos uma nova epidemia de dengue de grande porte", alerta o diretor da Divisão de Vigilância Ambiental, Roldão Puci Neto.

Na próxima segunda-feira (5), inclusive, a prefeitura inicia uma ação ampliada de varredura na região dos bairros Jardim Redentor e Núcleo Geisel com visitas dos agentes porta em porta. Isto se deve ao fato de estes bairros terem apresentado contingente de casos significativo em relação ao restante da cidade nos últimos dias.

Além disso, Roldão comenta que a Saúde continua em alerta, especialmente após os resultados do mutirão "Big Busca Bauru", que recolheu 348 toneladas de materiais inservíveis, entre fevereiro e início de março, na região Noroeste da cidade. Ao todo, 38,9 mil imóveis foram visitados e, desse total, 30% apresentaram, durante a vistoria, materiais que estavam em condições propícias de se tornarem criadouros. E 2,5% desses endereços possuíam larvas do Aedes aegypti.

"A quantidade de materiais recolhidos foi assustadora, bem significativa. Isso demonstra o quanto as pessoas ainda não mantêm as condições ambientais adequadas em casa para que não haja proliferação do mosquito", alerta Roldão, acrescentando que outros dois mutirões do tipo são previstos para este ano.

REDUÇÃO

A saúde municipal vê com bons olhos a redução de casos neste verão, contudo, não se arrisca a apontar motivos específicos que levaram à queda. A Divisão de Vigilância Ambiental, contudo, acredita que a manutenção a todo vapor das ações de rotina do Programa Nacional de Controle à Dengue no município, mesmo durante a pandemia da Covid-19, podem ter colaborado com o atual cenário.

"Não paramos em nenhum momento, mesmo após o decreto de emergência, em março de ano passado. As ações, claro, sofreram algumas restrições nos protocolos. As vistorias, por exemplo, acontecem só em ambiente externo das residências", comenta Roldão.

O fato de parte de a população ter ficado mais em casa, por causa da pandemia, também não é apontado como fator determinante. Pelo contrário, segundo Roldão, as equipes enfrentaram dificuldades até maior nas fiscalizações em relação à entrada de agentes nas casas, ainda que fosse apenas nos quintais, por receio da Covid-19.

"Dentro do grupo de risco, a restrição é compreensível, mas, fora disso, o caso pode ser relatado e a pessoa incorrer a uma infração sanitária", conclui Roldão Puci Neto.

Chikungunya e zika vírus

A Divisão de Vigilância Epidemiológica informa também que, há pelo menos dois anos, não há casos de chikungunya na cidade, que contabilizou apenas um registro em 2018 e quatro em 2019, sem mortes. Já a zika nunca foi identificada em Bauru. 



Fonte: JC Net
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