EDITORIAL – A APOSTA ERRADA DE VINÍCIUS CAMARINHA
A Câmara Municipal aprovou, na noite desta segunda-feira (13), a extinção da Codemar e a criação da Loteria Municipal de Marília, duas medidas que escancaram o rumo incerto da atual gestão.
A Codemar, fundada em 1973, foi recuperada na gestão anterior, que deixou as contas equilibradas e a empresa pronta para voltar a gerar resultados. Durante a campanha, Vinícius Camarinha prometeu manter e fortalecer a companhia, reconhecendo seu papel estratégico como “estepe” da Prefeitura em momentos de crise.
Mas, em apenas 10 meses de mandato, o prefeito muda o discurso e propõe acabar com uma empresa pública que, por décadas, sustentou obras e projetos essenciais do município. Um retrocesso administrativo que revela falta de planejamento e de responsabilidade com o patrimônio público.
Enquanto enterra uma empresa que gerava oportunidades, o prefeito aposta suas fichas em um projeto polêmico: a criação da Loteria Municipal.
Numa cidade que amarga o título de segunda maior taxa de suicídio do estado de São Paulo e enfrenta crescentes casos de vício em jogos e endividamento familiar, a Prefeitura decide estimular apostas como forma de arrecadar recursos.
Difícil entender o que há de “gestão moderna” em fechar uma estatal sólida e abrir espaço para um modelo de arrecadação que explora a vulnerabilidade da população.
Em vez de gerar empregos e desenvolver políticas de saúde mental, a administração Vinícius Camarinha prefere apostar na sorte — e colocar o azar na conta dos marilienses.