A Câmara Municipal de Marília protagonizou nesta semana um dos debates mais tensos da atual legislatura. Sob protestos da população presente, os vereadores Professor Galdino (Cidadania) e Marcos Custódio (PSDB), ambos da base do prefeito Vinícius Camarinha (PSDB), subiram à tribuna para defender o projeto que prevê o maior aumento de impostos da história da cidade.
O texto em discussão autoriza reajustes de 50% a 100% no valor do IPTU e na taxa de iluminação pública, atingindo diretamente milhares de famílias marilienses.
O vereador Professor Galdino, que leciona Direito há 28 anos, afirmou sem rodeios:
“Tem que ajudar sim, tem que ajudar mais o município. Falta dinheiro para a creche do seu filho, a escola do seu filho e as unidades de saúde.”
Já o líder do governo na Câmara, Marcos Custódio, foi além e partiu para a crítica contra os parlamentares que votaram contra o projeto:
“É muito fácil votar contra este projeto, mas tem que ter coragem para votar a favor e fazer justiça fiscal.”
Na prática, os dois defenderam o discurso de que a população deve assumir a conta da má gestão municipal, vendendo a narrativa de que o aumento de impostos é “justiça social”.
Na contramão, os vereadores Eduardo Nardi (Cidadania) e Burcão (DC), reagiram de forma dura.
“Só serve para enganar o povo. Vai ferrar a população. 50%, 100% de aumento: isso é o fim do mundo”, disparou Nardi, ecoando a insatisfação popular.
Burcão reforçou o tom:
“A cidade está sendo castigada com esse pacote. O povo não aguenta mais pagar pelos erros do prefeito. 4 anos passa rápido e a população vai se lembrar disso”
A fala dos vereadores da base do prefeito foi recebida com vaias e protestos. E não é para menos: a gestão Vinícius Camarinha já acumula gastos milionários com publicidade, nomeação de centenas de cargos de confiança e atrasos no pagamento de fornecedores ,ao mesmo tempo em que pede sacrifício adicional da população.
Enquanto isso, a cidade enfrenta falta de medicamentos básicos, escassez de papel higiênico em escolas e unidades de saúde precárias.
A Câmara agora se torna o palco da disputa: de um lado, os aliados do prefeito tentando empurrar a conta para a população; de outro, a oposição que vocaliza o clamor das ruas.
A pergunta que fica é simples: até quando Marília vai pagar pela gastança e pela ineficiência de seus governantes?