Pouco mais de 24 horas após tomar posse como prefeito de Marília, Vinícius Camarinha já iniciou seu governo com justificativas para atrasar o pagamento dos servidores municipais. Em coletiva nesta terça-feira (2), ele afirmou que a situação financeira da Prefeitura é "crítica" e que não há recursos para quitar a folha de pagamento de janeiro em dia.
Essa postura não é novidade. Durante os quatro anos de sua gestão anterior, Vinícius adotou discursos semelhantes, atrasando pagamentos em 46 dos 48 meses de mandato. Agora, mesmo recebendo a Prefeitura com R$ 70 milhões em caixa, ele repete o que muitos consideram "terrorismo psicológico" contra os servidores e a população.
Ex-prefeito Daniel Alonso rebate alegações
Diante das declarações de Vinícius, o ex-prefeito Daniel Alonso divulgou uma nota esclarecendo que todos os compromissos com os servidores foram cumpridos até o último dia de sua gestão, em 31 de dezembro de 2024.
"Não há justificativa para que a nova administração não quite a folha de dezembro, que deve ser paga agora em janeiro. Durante 8 anos, ampliamos a arrecadação municipal de R$ 700 milhões para R$ 1,7 bilhão, sem aumentar impostos. Fizemos grandes obras e superamos o caos deixado por Vinícius em sua gestão anterior: lixo acumulado, frota sucateada, obras paradas, salários atrasados e escândalos de corrupção. É hora de a nova administração trabalhar e cumprir o que prometeu, sem buscar desculpas ou retaliações", afirmou Alonso.
A realidade da folha de pagamento
A folha de pagamento dos servidores municipais gira em torno de R$ 32 milhões, um valor compatível com os R$ 70 milhões deixados em caixa pela gestão anterior. Então, por que Vinícius alega dificuldade? Segundo servidores e especialistas, o discurso parece mais uma tentativa de desviar o foco e justificar eventuais atrasos futuros.
Comparativo de gestões
O que esperar da nova gestão?
Com um histórico de atrasos e falta de compromisso com os servidores, a população de Marília tem razões para se preocupar. Vinícius Camarinha precisa demonstrar que é capaz de gerir a cidade com responsabilidade e honrar os compromissos básicos da administração pública, sem recorrer a discursos evasivos que já não convencem os marilienses.