Bem-vindo -
15/07/2021

Famílias que vivem em barracos improvisados temem desapropriação e não ter para onde ir em Ourinhos

Cerca de 60 pessoas, que vivem em barracos improvisados, sem água encanada e nem instalação elétrica regular, podem ser obrigadas a deixar um local, onde há anos ocupam, com anuência e abandono do poder público, em Ourinhos. A ocupação, conhecida como “Chacrinha”, fica a poucos metros do Cemitério Municipal de Ourinhos, às margens do Córrego Christoni, entre a Vila Marcante e o Jardim Flórida, com entrada pela Rua José Emídio Vicente.

Muito lixo às margens do Córrego Christoni, ao lado o incio dos barracos (Foto: Laperuta)

As habitações ficam longe do córrego, praticamente a mesma distância que os túmulos do Cemitério Municipal (Foto: Laperuta)

As sepulturas do Cemitério Municipal de Ourinhos, rente ao limite da APP ao lado do córrego - na Rua José Emídio Vicente (Foto: Laperuta) 

Pelo o que apurou o Passando a Régua, que esteve no local, na tarde desta quarta-feira, 14, as pessoas que vivem nesta ocupação estão em meio a uma briga judicial por um terreno particular, que fica bem ao lado, onde estão construídos os barracos improvisados.

(Foto: Laperuta) 

Há cerca de 10 anos, vindos de Tejupá (SP) (86 km de Ourinhos), as 16 famílias resolveram se instalar no terreno, que, segundo eles, pertencente a um familiar de uma das das senhoras do grupo, mas os herdeiros da área pediram à justiça que eles saíssem. O pedido foi acatado e todos foram obrigados a deixar o terreno e as construções foram derrubadas.

Servidores da Prefeitura de Ourinhos estiveram no local. Atrás carriolas usadas para recolherem materiais recicláveis (foto: Laperuta)

São ao todo 16 barracos e cerca de 60 pessoas que vivem no local (Foto: Laperuta)

Sem ter para onde ir, eles aproveitaram a área que fica às margens do córrego, que, de acordo com a Prefeitura de Ourinhos, trata-se de uma APP (Área de Preservação Permanente), que é um espaço natural protegido principalmente em função da capacidade estabilizadora do solo propiciada pelas matas ciliares e outras vegetações. Mas os barracos foram construídos ali, sem qualquer empecilho e as 16 famílias vivem de maneira degradante há anos no local.

 A maior parte dos habitantes dos barracos são da mesma família, mas também há pessoas de outras famílias que se uniram a eles na ocupação.

Mesmo vivendo em barracos, sem nenhuma estrutura, eles pagam as contas básicas, como água e luz. A energia elétrica vem de um único poste e a conta é dividida de maneira igual, entre todos, o mesmo acontece com a conta de água, que eles emprestam de um vizinho, que através de uma mangueira enche as caixas d’água colocadas em cima dos barracos. Eles também informaram a existência de um poço artesiano utilizado por eles. 

Banheiro de um dos barracos (Foto: Laperuta)

Enquanto a maioria das mulheres trabalha na coleta de materiais recicláveis, os homens atuam na colheita de café, em um cafezal aqui mesmo na cidade.  Entre os moradores há idosos, adultos jovens, adolescentes, crianças e até bebês, recém nascidos.

Entre os moradores há portadores de deficiência física (Foto: Laperuta)

Na última tarde, nesta quarta (14), os moradores receberam a visita de funcionários da Prefeitura de Ourinhos. A secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Viviane Barros, garantiu que ninguém ficará desabrigado, porém a APP terá que ser desocupada, mas antes a Prefeitura terá que encontrar uma solução, para garantir abrigo e moradia a todos, mesmo que para isso seja necessário arcar com alugueis sociais, ou, até mesmo, construir habitações populares. Outra solução, seria estabelecer um acordo com os herdeiros do terreno que fica ao lado dos barracos, para que eles possam ceder um pedaço, que seja usado para construir suas habitações.

(Foto: Laperuta)

Um empresário já se propôs ajudar nas novas construções e deverá contar com a ajuda de outros empresários parceiros da cidade. Mas, enquanto nada é resolvido, as famílias continuam com o temor da desapropriação e não ter para onde ir.

(Foto: Laperuta)

(Foto: Laperuta)

(Foto: Laperuta)

(Foto: Laperuta)


Fonte: Passando A Régua
Compartilhe!
Deixe seu comentário

Veja
Também

Marília Urgente - Sua Notícia em Marília e Região
© Copyright 2019 Marília Urgente - Sua Notícia em Marília e Região. Todos os direitos reservados CNPJ: 42.082.895/0001-09