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Alunos matriculados na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Dirce Boemer Guedes de Azevedo, localizada no Parque Bauru, estão com o ensino prejudicado. Enquanto na cidade toda a educação tem ocorrido de forma híbrida (aulas remotas e presenciais), alunos da Emef, especialmente os que não possuem internet à disposição em casa, enfrentam hiato no ensino desde o início do ano porque a escola está fechada para os alunos por causa de obras paradas. A Secretaria Municipal de Educação diz que está nos trâmites finais para locação de um imóvel que deve abrigar temporariamente a Emef.
Enquanto isso, a operadora de caixa Ivania Justos, de 42 anos, sofre com a tristeza da filha de 7 anos por ir para o segundo semestre do 1.º ano sem conseguir ler ou escrever. "O pouco que ela sabe, que é o alfabeto e contar de 1 a 10, nós que ensinamos. Não temos internet em casa e a do celular é ruim, não dá para acompanhar aula. Então, ela está ficando muito atrasada e não é mais só por causa da pandemia, mas da escola em obras e falta de remanejamento", lamenta a mãe.
Ela conta que a família busca atividades na Emef para que a pequena faça em casa, mas que não é sempre que os pais conseguem acompanhá-la em razão do trabalho e até de tratamentos de saúde. "Ela fica triste, porque queria ler e escrever logo, mas só sabe o nome dela. E sem um professor fica difícil", acrescenta Ivania Justos.
IGREJA
Uma igreja, vizinha da escola, tem cedido seu salão para aulas/atividades presenciais, mas cada grupo de três alunos teria apenas 1 hora por dia. "No ano todo, ela foi apenas 3 vezes, ou seja, teve 3 horas de contato com a professora. A última vez foi em 16 de junho, há um quase mês. É pouco demais", pontua a mãe.
OBRA E LOCAÇÃO
A Emef Dirce está em obras para reforma e ampliação desde 2020 e o custo inicial estimado da obra era de R$ 1,4 milhão.
Em junho deste ano, a Educação informou a abertura de um processo de rescisão do contrato de reforma do local e disse que abriria novas licitações.
Na terça-feira (13), após ser questionada sobre a situação, que já perdura por sete meses em 2021, a prefeitura disse que a Educação "está nos trâmites finais de locação de imóvel para a sede temporária da Emef, dependendo do laudo do Corpo de Bombeiros". O município também rebate que houve demora. "Tão logo assumimos a gestão da pasta, a busca por um prédio capaz de comportar os alunos e equipe escolar foi iniciada, bem como, as tratativas e adequações necessárias", pontua a prefeitura.
Sobre o atendimento que tem sido feito na igreja, a secretaria diz que, com a cessão do espaço, foram dispostas algumas mesas, cadeiras, quadro branco e uma servidora passou a realizar a devida higienização e organização do espaço entre os atendimentos de alunos.
"Os professores, na medida do possível, estão realizando orientações e tirando dúvidas por meio de aplicativos, como WhatsApp. Encontra-se em situação adiantada a aquisição de chip para celulares (pacote de dados/internet), os quais serão disponibilizados para todos os alunos e professores do Sistema Municipal de Ensino", finaliza a prefeitura.
