Pela primeira vez, as escolas estaduais de Bauru oferecerão ensino integral a crianças, do 1.º ao 5.º anos do Fundamental. A medida integra uma expansão, anunciada pelo Governo de São Paulo nesta semana, desta concepção de ensino. A ampliação do chamado Programa de Ensino Integral (PEI), que existe desde 2012, representará um ganho de mais cinco escolas estaduais transformadas em ensino integral na cidade, que deverão abrir as portas a partir de 1 de fevereiro de 2022.
Hoje, sete escolas estaduais das 52 existentes em Bauru possuem a carga horária estendida, mas só para estudantes a partir do 6.º ano. Agora, serão contemplados também os ciclos iniciais, uma vez que quatro das cinco escolas estaduais que ingressaram no PEI são dessa modalidade.
Com as transformações das unidades, a expectativa é de que Bauru passe a contar com 5,5 mil alunos em 12 escolas de ensino integral, a partir de 2022. Hoje, são 3,1 mil em sete escolas.
Na área de abrangência de toda a Diretoria Regional de Ensino (DRE), que inclui Bauru e mais 15 cidades, a expansão representará mais 26 unidades estaduais transformadas em ensino integral (veja mais na lista ao lado). O objetivo é atingir um público total de até 8,5 mil alunos. Hoje, 5 mil estudantes frequentam este tipo de ensino em 20 escolas da região.
ESCOLAS E ALTERAÇÕES
Em Bauru, foram contempladas pela expansão do PEI as seguintes unidades: E.E. Prof.ª Ada Cariani Avalone, localizada no Mary Dota, que passará a atender alunos do 1.º ao 5.º anos, das 7h às 16h, do 6.º ao 9.º anos, das 7h às 14h, e do Ensino Médio, das 14h15 às 21h15; E.E. Edison Bastos Gasparini, no Núcleo Gasparini, que atenderá alunos do 6.º ao 9.º anos e também estudantes do Ensino Médio, das 7h às 16h; E.E. Prof.ª Iracema de Castro Amarante, localizada na região do Bela Vista, que atenderá tanto as crianças do 1.º ao 5.º anos quanto os adolescentes do 6.º ao 9.º anos, das 7h às 16h; E.E. Prof. José Ranieri, no Núcleo Geisel, onde os estudantes do 1.º ao 5.º anos também serão atendidos das 7h às 16h; e E.E. Luiz Carlos Gomes, na Vila Dutra, na qual os alunos do 1.º ao 5.º anos também passarão a frequentar a unidades das 7h às 16h.
As cargas horárias totais variam entre 9 e 7 horas diárias nas unidades. Os alunos terão aulas de inglês e que trabalham questões como a autonomia, valores, além de práticas relacionadas à tecnologia e inovação, para direcionar o estudante a pensar no futuro.
SELEÇÃO
A dirigente regional de Ensino, Gina Sanchez, explica que foram selecionadas escolas em regiões periféricas, com estruturas que não demandavam ampliações. Além disso, as unidades deveriam contar com número de alunos possível de acolher a transformação sem necessidade de transferências.
"Temos outras escolas que querem ser transformadas em ensino integral, mas elas ainda precisam de obras", completa.
Os investimentos para a transformação em questão passaram por pequenas melhorias nas unidades, que receberão reforços da alimentação e do parque tecnológico, com mais notebooks e computadores.
"As escolas integrais sempre apresentam resultados superiores em avaliações como o Saresp. Nosso objetivo é trabalhar para transformar todas em ensino integral", pontua Gina. "É algo que fará muita diferença, não só para suprir um possível déficit relacionado à pandemia, mas pelo benefício que todo o programa em si proporciona", acrescenta a dirigente.
Gina Sanchez afirma que a transformação foi tratada em reuniões com pais, alunos, professores e funcionários das escolas citadas e que houve registro de votações em ata. "Se a maioria é contrária em certa escola, o ensino integral não é implementado lá", reforça.
Alunos que não puderem frequentar o período integral, por causa de outras atividades, deverão realizar transferências.
Assim como os professores que não puderem se adequar ao tempo integral também terão a possibilidade de mudarem de escolas. O assunto, detalha a dirigente, passará a ser discutido pelas gestões em agosto deste ano.